Nutec em audiência na AL sobre fontes renováveis

19 de outubro de 2015 - 12:06

Nutec em audiência na AL sobre fontes  renováveis

Audiência destaca fontes renováveis como alternativa ao colapso energético.

A utilização de fontes renováveis por meio da microgeração como alternativa à crise energética brasileira foi discutida, na tarde desta terça-feira (06/10), durante audiência pública da Comissão de Ciência, Tecnologia e Educação Superior da Assembleia Legislativa. O evento atendeu ao requerimento do deputado Carlos Matos (PSDB).

“Esse é um grande potencial que o Brasil passou a ter desde 2012. Nós aqui do Ceará já formos o primeiro em produção de energia eólica e solar. O Ceará tem todas as qualidades, não apenas no setor econômico, mas no sol e o vento com velocidade constante. É uma alternativa diante do colapso energético pelo qual passa o Brasil”, destacou Carlos Matos.

O deputado criticou a falta de investimentos em novas tecnologias do Estado. Segundo o parlamentar, se o Ceará tivesse investido parte do Fundo de Combate à Pobreza (Fecop) em microgeração, os cearenses, principalmente os de classe baixa, poderiam ter o seu custo de energia zerado.

O diretor da Satrix – Energias Renováveis, Bastos Neto, explicou que a microgeração permite que qualquer usuário possa produzir a sua própria energia, através de uma turbina eólica ou painéis isolados em seu estabelecimento. Segundo ele, no Brasil são apenas 600 microprodutores. No entanto, a expectativa é de 700 mil para os próximos 10 anos.

“A produção ainda é tímida. Para se ter uma ideia, na Alemanha, que é menor que o estado do Bahia, já são mais de 1 milhão de residências. À medida que as empresas ou residências vão produzindo as suas próprias energias, eles vão desafogando as termelétricas, que são caras e poluidoras”, pontuou.  

O técnico confirmou ainda que o Ceará perdeu espaço, porém, o Governo do Estado está corrigindo essa situação, e a expectativa é que o Estado possa voltar à liderança.

Para o mestre em energia renováveis e representante do Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (Nutec), Isaac Sousa, um entrave na produção de energia renováveis é a questão do custo. “A geração fotovoltaica ainda não tem um preço de geração comparada à hidráulica ou à térmica, mas vem caindo e espera-se que até 2020 ela possa ser competitiva. No estado do Ceará, nós temos apenas 40 projetos com energia solar e 20 com eólica”, disse.

De acordo com Isaac, as tecnologias de geração utilizadas em projetos de minigeração e microgeração deverão ser baseadas, principalmente, em fontes intermitentes de energia, em particular eólica e solar fotovoltaica.

Também participaram do debate os deputados Carlos Felipe (PCdoB), presidente da Comissão, e Fernanda Pessoa (PR), além do representante da empresa Gran Eólic, Fernando Ximenes; representante do departamento da Universidade Federal do Ceará (UFC), Fernando Antunes; da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Elias Sousa; da Agência de Desenvolvimento do Ceará, Eduardo Ramos; da Agência Reguladora do Ceará (Arce), Delean Ponte; da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Ceará, Agostinho Venância; da Secretaria de Infraestrutura, Renato Rolim; da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Sales Cavalcante, e do Sindicato dos Engenheiros, Eduardo Ramos.

Fonte: Site da AL