Nutec e SDE discutem sobre Segurança Hídrica e Energética

19 de outubro de 2015 - 18:25

Nutec e SDE discutem sobre Segurança Hídrica e Energética.

 

“O trabalho do Nutec é importante, o grande ponto que podemos tirar daqui é a decisão de trazer a usina de dessalinização”. Nicole Barbosa, Secretária da SDE.

 

“Uma bandeira que eu levo é a vontade de dessalinizar a água, para que as pequenas comunidades não vejam apenas sua água indo embora para capital. Se o Ceará tiver a primeira usina de dessalinização poderia servir de showroom para o restante do país” diz a Secretária do Desenvolvimento Econômico (SDE), Nicole Barbosa em visita à Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (Nutec), vinculada à Secretaria da Ciência Tecnologia e Educação Superior (Secitece) na manhã desta segunda-feira (19).

 

O Presidente, Francisco das Chagas Magalhães, diretores, gerentes, supervisores e técnicos do Nutec reuniram-se com a secretária no auditório da Fundação no intuito de unir agendas e trabalhar em propostas acerca da dessalinização da água e energias renováveis em meio a crise hídrica do estado do Ceará. A palestra, promovida pela Gerência de Mecânica Elétrica e Energia do Nutec e ministrada pelo Professor Epitácio Nascimento (Nutec), forneceu alternativas para o desenvolvimento sustentável regional.

 

O professor Epitácio explanou acerca do clima e do potencial energético do Estado, assim como elencou as usinas eólicas em operação, em construção e a serem instaladas. Citou também questões como o licenciamento ambiental desses empreendimentos e as dificuldades de o Estado do Ceará em concorrer em leilões- maior fonte atual de contratação de energia no Brasil.Os leilões dedicados exclusivamente às fontes alternativas de energia são um reflexo do crescimento da proporção das matrizes renováveis no cenário energético brasileiro.

 

Outro tema apresentado – ainda com o regime de contratação de leilões- foi um estudo de viabilidade da utilização de uma usina de dessalinização para mitigar a crise hídrica no estado. Vários indicadores correlatos a plantas de dessalinização de grande porte espalhadas pelo mundo foram apresentados como casos de sucesso em países que também enfrentam a falta de água. (China, Austrália, Israel, Estados Unidos, Índia e Oriente Médio).

 

O professor esboçou, ainda, dados sobre as principais características das cinco regiões hidrográficas brasileiras e especificidades acerca das bacias hidrográficas cearenses, finalizando a palestra provocando uma reflexão: a consideração da complementariedade do regime hídrico e eólico do nordeste como indicador em potencial para a utilização da dessalinização da água do mar com energia eólica.

 

O presidente do Nutec mostrou otimismo e, apesar das adversidades, encarou o momento como oportuno para pesquisadores e técnicos do Nutec apresentarem talento na busca de soluções criativas auxiliadas por parcerias interinstitucionais: “ Apesar de o ano ser bastante atípico, não existe só mais uma crise, mas uma realidade. Estamos exercitando o movimento de integração das secretarias para não mais trabalharmos isoladamente.” citou Magalhães.

 

Já a Secretária da SDE explicou que o Governo está preparando um pacote de investimentos e um pacote de concessões. Segundo ela, a fase atual é de consultoria e um dos cinco equipamentos prioritários a serem adquiridos é a usina de dessalinização. “A usina de dessalinização é um grande sonho que tenho. O que mais me preocupa atualmente é a mudança climática, não se trata de só mais uma estiagem” disse referindo- se ao último relatório de assessoria publicado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) que aponta o crescimento do gás do efeito estufa desde a revolução industrial, aquecendo o globo em 0,6 graus centígrados em todo o continente e acelerando cada vez mais com as ações feitas pelo homem, como através do uso intensivo de energias fósseis.

 

A secretaria explicou, ainda, que o setor energético é uma prioridade do atual governo e relembrou o pioneirismo do Ceará na energia eólica, enfatizando a necessidade de resgate do trabalho, uma vez que o estado possui vento em abundância.Esclareceu que a SDE vem trabalhando em um plano estadual de energia e que o grande gargalo atual são as linhas de transmissão: “ A promessa do governo federal são 1500 quilômetros, com um investimento de R$2.6 bilhões de reais. Quando isso se configurar, poderemos atrair energia para cá”.


Arinne Oliveira
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