O direito à alimentação em debate: Nutec reúne especialistas para comemorar o Dia Mundial da Alimentação

18 de outubro de 2024 - 16:37 # # #

texto: Paula Facó Fotos: Denilson Maciel

Na manhã desta sexta-feira (18), o Nutec foi palco de um importante evento em comemoração ao Dia Mundial da Alimentação, reunindo especialistas, pesquisadores, conselhos de classe, estudantes e representantes da sociedade civil para debater o ciclo de alimentação do campo ao prato.

A abertura do evento foi conduzida pela diretora de Operações e Negócios do Nutec, Dra. Fádia Valentim, que discursou sobre a dignidade da pessoa humana e sua profunda conexão com a alimentação. A diretora enfatizou que a dignidade está intrinsecamente ligada ao acesso a alimentos saudáveis e nutritivos, ressaltando a importância de políticas públicas eficazes para a garantia da segurança alimentar da população.

Dra. Fádia Valentim

Fádia destacou ainda como o Nutec desempenha um papel ativo em iniciativas voltadas para essa causa, contribuindo de maneira significativa para a promoção da saúde e do bem-estar social.

A palavra do professor Dr. Paulo Henrique Machado,coordenador do curso de Mestrado em Gastronomia da Universidade Federal do Ceará, destacou a importância da educação e das comunidades no enfrentamento dos desafios alimentares do país.

Dr. Paulo Henrique Machado

Em sua fala, o professor enfatizou a relevância da valorização dos alimentos que fazem parte da cultura alimentar da região, ressaltando a importância de respeitar e integrar os sabores e saberes das comunidades locais. Ele propõe, em sua atuação, um arranjo multidisciplinar que deve envolver universidades, centros de pesquisa e as próprias comunidades para mitigar as incoerências na situação da fome no estado.

Na sequência, Adriano Almeida, Sociólogo e defensor dos direitos humanos, instigou o público a refletir sobre os desdobramentos das políticas de combate à fome em Fortaleza no contexto pós-pandemia.

Adriano Almeida

Ele abordou as complexas intersecções entre os aspectos raciais, sociais e econômicos que permeiam a questão da fome no Ceará. Adriano salientou a urgência de uma abordagem que considere o impacto da pandemia, que exacerbou as desigualdades existentes e deixou uma marca profunda na segurança alimentar da população. Além disso, trouxe à tona a realidade das cozinhas comunitárias, sublinhando as desigualdades sociais e a concentração de renda em Fortaleza.

Isadora Meneses, por sua vez, refletiu sobre os desafios enfrentados pelo programa “Ceará Sem Fome”, que atualmente conta com 1.300 cozinhas integradas à iniciativa. Ela destacou que essas cozinhas priorizam o uso de alimentos frescos e locais, evitando produtos ultraprocessados, o que tem gerado impactos positivos na saúde e na nutrição da população.

Isadora Meneses

A nutricionista abordou ainda o papel fundamental do Nutec na garantia da segurança dos alimentos distribuídos pelo Programa, assegurando que as iniciativas de combate à fome sejam sustentáveis e de qualidade, com um enfoque na promoção da saúde pública e na inclusão social.

O evento se mostrou uma oportunidade para promover o diálogo sobre a alimentação e suas intersecções com a desigualdade, reforçando a importância de ações coletivas que visem um futuro mais justo e seguro em relação à alimentação. A troca de experiências e conhecimentos entre os participantes foi um passo importante na busca de soluções efetivas para os desafios alimentares enfrentados pela sociedade.