Alunissagem

22 de julho de 2019 - 14:40 # # #

João César de Freitas Pinheiro, Ph.D
Diretor de Inovação Tecnológica do Nutec
joao.pinheiro@nutec.ce.gov.br

 

Sair do planeta, em julho de 1969, para pousar na Lua, era para a humanidade mais que uma aventura, uma faceta da guerra fria. Os mandatários dos países em disputa pela hegemonia mundial – EUA, URSS – testavam mísseis e armas atômicas. A viagem à Lua serviu para inovar métodos, produtos e serviços de complexos industriais-militares que fortaleciam o sistema capitalista numa época em que estava acirrada a luta política deste com experiências malfadadas de implantação do socialismo soviético. Estas também caíram no engodo ou na necessidade do armamentismo. A corrida pela chegada à Lua distraía populações apavoradas, as classes médias, integrantes dos campos acadêmico, cultural e religioso, impressionadas com a destruição iminente, um simples pertar de botões, o holocausto nuclear varrendo nações inteiras da face da Terra. Nikita Serguêievitch Khrushchov, secretário geral do Partido Comunista da URSS, determinou o lançamento do atélite artificial Sputnik, em outubro de 1957, que o presidente dos Estados Unidos da época, Dwight D. Eisenhower, denominou de “Crise do Sputnik”. O mesmo foguete que lançou o Sputnik, poderia facilmente, levar uma ogiva atômica a qualquer parte dos Estados Unidos ou do mundo em questão de minutos. Começava a corrida espacial, filhote da corrida armamentista. Na alunissagem, a humanidade foi imposta a um Estado Natural, um Estado de Natureza de Thomas Hobbes, onde “o homem é o lobo do próprio homem”. A Lua tornou-se um objeto que não podia ser dividido ou compartilhado, mas sim conquistado pela força e mantido pela violência. Algumas sondas e missões famosas da guerra fria a colocaram mais conhecida: Sputnik 1, Explorer 1, Vostok 1, Mariner 2, Ranger 7, Luna 9, Apollo 8 e Apollo 11. Mais amada, a Lua aumentou gastos com educação, pesquisa pura, avanços científicos e inovações hoje sobejamente utilizadas.